Nada de nada




Ao som de jazz penso na vida. Agarrada ao portátil, falta-me o copo de whisky na cabeceira, a cigarrilha na boca e todo o glamour para ser tal qual mulher saída de filme cheio de sensualidade. Não, ainda não é essa a minha imagem! Duvido muito que algum dia seja, apenas porque não gosto de whisky. Em vez desse idílico cenário (para alguém) estou antes meia desleixada, de pijama e toda torta com o portátil no colo, sentada no sofá. Na minha sala cor-de-rosa, linda por sinal, altamente bem decorada, estou feita tonta a pensar que quero escrever algo mas ainda não consegui ter um único raciocínio lógico. Em vez disso só escrevo parvoíces desprovidas de qualquer conteúdo. Entretanto muda a música. Seu Jorge e a sua Life on Mars! Alguns pensamentos turvos e meio melancólicos e completamente deprimentes acabam de chegar. Felizmente a música vai acabar sem que eu escreva sobre eles e continuo, esperançada de que surja uma música que me mantenha o espírito aceso de parvoíces. Ups, não tive sorte! A que se segue é ainda mais deprimente e completamente desconhecida para mim. Só não a passo à frente porque gosto de coisas novas para poder ter opinião sobre elas e assim poder dizer com toda a convicção que não gosto porque não gosto! Entretanto esqueci-me do nome do autor porque me ausentei e quando dei por mim já estava a ouvir outra que mais parecia saída de um filme de animação para miúdos muito pequeninos! Música toda floral e cheia de cores. Gira!! É o repertório que se arranja!
Comecei este texto a dizer que estou a pensar na vida mas como tenho um jeito inato para desviar as atenções de mim, acabo também por, sem querer, desviar os pensamentos de mim mesma! Não se pode pedir grande coisa, tendo em conta que são 23h20m (tarde! Muito tarde!) e estou a meio de uma semana fatigante. Já devia era ter juízo para perceber que os anos passam e a disposição para muita coisa também! Despeço-me… sem grande conteúdo…

Sossego

Encontrei-o no Lago de Como...

Quase que sim!


Saio de mim, largo-te!


As asas, outrora de papel ou cera, passam a asas com penas cheias de cores, com entrelaçados perfeitos para planar. Sais de todos os meus lados. Permito-me!


…Quase que sinto, me dou, te esqueço… quase que quero. Quase consigo!


Fecha os olhos


Foge… some-te daqui!
Suspira como se não houvesse amanhã. Sente, respira, transpira! Segue até... Experimenta, joga, sorri. Envolve-te e devolve-te. Corre! Julga-te e tem ciente que te julgam. Prossegue… Luta, pesquisa, anseia por mais! Cai, levanta-te. Tentam-te! Luta outra vez… sempre! Constrói. Vive e faz viver. Faz de ti tudo, torna-te tudo!
Perde-te e encontra-te!

A sós


…Encontras-me no sítio mais escuro e ruidoso, no sítio onde nunca pensei ser observada por ti! Pensas e repensas, magicas uma aproximação. Calculas as palavras, os gestos. Diriges-te a mim com coragem! De costas, sinto a tua mão levemente na minha, um entrelaçar de dedos, cumplicidade. Olho para a mão com medo do que verei se subir os olhos. Reconheço-a, ainda que mais velha e por isso maltratada pelos anos que passam. Os dedos grossos, compridos. O toque. Medo! O coração dispara. Sei que és tu.
Não consigo olhar-te. Petrifico e as lágrimas escorrem sem que consiga conter-me. Esqueci o ruído e onde estou! Entendes-me! A tua mão esquerda, em jeito de cena de cinema romântica, toca o meu queixo ao de leve e com segurança. Fazes com que olhe para ti e não tenha medo. Vejo-te. Choro mais. Quero falar. Com um aceno dou a entender-te que não consigo expressar-me. Sorris e encolhes os ombros em jeito de “ não faz mal”.
Aproximas o teu corpo do meu, olhas-me. Não dizes nada! Rendes-te e choras! Prendes-te a mim por dentro e já testa com testa, sem ainda termos proferido qualquer palavra, fechas os olhos e sentes o silêncio, a serenidade. Eu ainda gelada começo a recompor-me. Fazes-me acreditar que a dor da separação foi sentida pelos dois e da mesma maneira ainda que de uma perspectiva diferente.
O cérebro dá ordens para que tenha uma reacção. Tento agarrar-te para te sentir mas prendes-me as mãos, franzes a testa e imobilizas-me para só tu poderes encontrar algo perdido. Devo-te isso, diz a tua expressão. Rendo-me pois devo-te isso mesmo! Abres os olhos molhados, olhamo-nos nos olhos. Sorrimos ao mesmo tempo! Tento falar contidamente mas o teu dedo indicador rapidamente chega aos meus lábios num gesto de “chiu”, a tua cara diz “ ainda não…”. Queres-me quase que à tua mercê, queres o momento, queres a recordação de que tudo funcionou sem dizermos nada, a recordação de que no meio da algazarra conseguimos ficar sós e entendermo-nos. Compreendo, quero o mesmo! Conhecemo-nos bem.
Mãos com mãos, corpo com corpo, nariz, cabelos… Olhares… Explosão de sentimentos… Beijamo-nos! Sentimos e choramos mais um pouco. Deixo-me ir! Deixas-me prosseguir, e sem conseguir pensar eu reajo sem medos. Não vamos fugir! Baixamos a guarda do que até agora tinha sido uma guerra sem armas e em silêncio. Não te largo e sinto-me a levitar! Silêncio… Existimos só nós!
Completamente embasbacados um com o outro, acordamos novamente para a multidão que estranhamente aplaude e sorri. Vemo-nos com os olhos bem abertos e sorridentes! Digo-te «Olá!!» e gargalhamos!
Simplesmente fugimos...

Digno de divulgação




Vamos "salvar" o site do cancro da mama!
Não custa nada!
O Site do cancro da mama está com problemas pois não tem o número de acessos e cliques necessários para alcançar a quota que lhes permite oferecer 1 mamografia gratuita diariamente a mulheres desprivilegiadas. Demora menos de um segundo para ir ao site e clicar na tecla cor de rosa que diz: Free Fund Mammograms
Isto não custa nada e pelo nº diário de pessoas que clicam os patrocinadores (Avon ,Tupperware, e outros) oferecem a mamografia em troca de publicidade.

Aqui está o Website: http://www.thebreastcancersite.com/

Inconstância

"Procurei o amor, que me mentiu.
Pedi à vida mais do que ela dava;
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!

Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!

Passei a vida a amar e a esquecer…
Atrás do sol dum dia outro a aquecer
As brumas dos atalhos por onde ando…
E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há-de partir também… nem eu sei quando…"
Florbela Espanca

...




Conheço um pouco de mim cada dia que passa. Minutos de prazer quando me apercebo de um gesto novo, uma expressão, uma palavra nova que sai de mim… Não esqueço tudo o que aprendi, o que sou. Apenas completo um puzzle, que tantas peças tem que nem as consigo contabilizar. Os cantos sei que não são quatro, talvez nem cantos tenha. Muito provavelmente será um circulo que se enche, alimenta, que ganha forma por isso mesmo. Juntar todos os bocadinhos, saber quais são os rebordos, para mim, são a parte mais difícil da vida: O encaixe de nós mesmos! Desengane-se quem acha que cresceu tudo. ..
A simplicidade das coisas pequenas, a complexidade que é olhar para o próximo e tentar entendê-lo. Descortinar cada olhar percebendo o nosso. A descoberta que é a vida... o fascínio das cores. A luz que é forte em dias enevoados. O choro, o sorriso, a mágoa, o sentir… Ah, o sentir!! Tudo é diferente todos os dias, é uma luta constante. Momentos... Por cada silêncio uma palavra de conforto, por cada lágrima o brilho da gota… O sorriso um abraço! O ter tudo isto… Não prescindo de nada. Não quero nunca render-me. Irei sempre ter sede de mim, de ti, de nós, do mundo!

Desencontros…


Dias cheios de incertezas e dúvidas, quando não nos vem à cabeça mais nenhum pensamento senão tu! Quando o mundo se desmorona e tu prevaleces. Quando não sabemos bem o que pensar nem como fazê-lo mas lá estás tu outra vez.
Estás, de variadíssimas formas, presente na minha vida. Apareceste não sei bem de onde, nem tu sabes de onde chegaste nem como. Encontrámo-nos a meio caminho de algum sítio, sítio esse que nenhum de nós sabe sequer qual é ou se existe. É certo que procuramos algo através de algum labirinto diferente da maioria das pessoas. O estranho é que nos encontramos um ao outro mas nunca um com o outro. Direcções opostas parecem ser o nosso caminho e quase que passatempo favorito. Habituámo-nos a encontrar-nos desta forma? Teremos medo da suposta direcção “certa”, ou simplesmente não sabemos como e quando se pode definir estarmos um com o outro?!
A passagem deixa mais marcas, teremos sempre algo para dizer, falar de um caminho que o outro ainda não percorreu. Rir de ir sempre parar ao mesmo sítio neste estranho e nosso “ desencontro”. Prazer subtil e doce, estranhamente doce… Anseio, não sei se tanto como tu, por estes desencontros.
Inesperadamente, e quase que pareces saber quando preciso desses momentos, vejo-te ao longe, sinto-te perto, mas dissipas-te na escuridão com tanta pressa como quando chegaste. Sorriu para ti e contigo, ainda que não me tenhas visto. Partilho cada detalhe do meu caminho sem te dizer, guardo-te comigo. Preenche-me o teu sorriso e o silêncio que se instala quando nos deparamos com a mesma vontade…
Não nos tocamos, apenas nos sentimos no imenso ponto de interrogação que nos segue. De tanto querer é fácil esquecer que estamos no mesmo sítio, sós… De tanto esperar a maravilha esmorece…
Voltamos nós ao mesmo sítio do início sem pouco termos aprendido um com o outro, sem saber nada um do outro, sem saber sequer que vontade é esta, que sabor a fantasia se instala. Sem saber por algum momento que do que fugimos é de nós mesmos. Porque neste tempo todo nunca nos quisemos agarrar e percorrer os corpos um do outro, mas sim descobrirmos através um do outro cada bocadinho nosso. Por estes bocadinhos te agradeço todos os desencontros. Prontos para todos os momentos da vida… brindo aos desencontros inesquecíveis e fulminantes… brindo ao nosso encontro!

Cervejola Cannabia


100% biológica, feita à base de canhâmo e é legal.
Pois é, já chegou ao nosso país em Maio e não vos sei dizer se tem feito sensação por este " grande" Portugal fora, o que sei é que tem um travo diferente, a puxar para o amargo mas suave (combinação dificil, eu sei!). Mas o melhor para mim é a parte da garrafa onde diz «Scratch n´smell here». E não é que cheira mesmo a plantinha?! Fiquei fascinada porque mais parecia que estava perante um daqueles ambientadores para o carro, ou coisa que o valha! A ideia não deixa de ser gira e diferente, é quase como um "vá cheirando enquanto bebe... se não puder fumar" ou então " comprove o que bebe". Seja como for eu provei, cheirei e gostei (não necessariamente por esta ordem) e deixo aqui a sugestão para um serão de canecos divertidos com os amigos.Eu garanto-vos que me diverti bastante, quanto mais não seja pelo ora bebe ora cheira!

Amigos (há) anos luz



A angústia que é olhar à volta e pensarmos que passados anos os amigos estão diferentes, e perceber que somos analisados da mesma maneira. Faz-se então uma jigajoga, um autêntico nó no cérebro para conseguir descortinar cada sinal que nos é dado de alguém, que por momentos, nos parece um estranho. Procura-se algo para que possamos descontrair, algo que nos diga que os anos passam mas a essência é sempre a mesma. Que as brincadeiras que fizemos, não somos só nós que nos lembramos delas…
Passam minutos da conversa, com alguns silêncios pelo meio, e o ar vai ficando menos pesado, as caras menos coradas. Os sinais começam a chegar. A adrenalina aumenta quando surgem os sorrisos fáceis, as conversas inacabadas que rapidamente ganham forma porque alguém se lembra de algum pormenor que põe toda a gente a rir, e em seguida facilmente se ouve “ já nem me recordava!”. ..
Vem o alívio (quando a conversa é boa), percebemos o porquê de nos chamarmos amigos. Já não há a angústia inicial, há antes trocas de promessas por encontros ainda mais risonhos, a esperança que passemos a ver-nos com mais frequência… o não querer ir embora …
Apontam-se números de telefone, e-mails para os mais modernaços, jura-se o contacto. ..
Seguem-se dias… conta-se e reconta-se o reencontro, passamos a ser os compinchas como se nenhum dia nos tivesse separado. Felizes seguimos caminho esperando por mais…