Amigos (há) anos luz



A angústia que é olhar à volta e pensarmos que passados anos os amigos estão diferentes, e perceber que somos analisados da mesma maneira. Faz-se então uma jigajoga, um autêntico nó no cérebro para conseguir descortinar cada sinal que nos é dado de alguém, que por momentos, nos parece um estranho. Procura-se algo para que possamos descontrair, algo que nos diga que os anos passam mas a essência é sempre a mesma. Que as brincadeiras que fizemos, não somos só nós que nos lembramos delas…
Passam minutos da conversa, com alguns silêncios pelo meio, e o ar vai ficando menos pesado, as caras menos coradas. Os sinais começam a chegar. A adrenalina aumenta quando surgem os sorrisos fáceis, as conversas inacabadas que rapidamente ganham forma porque alguém se lembra de algum pormenor que põe toda a gente a rir, e em seguida facilmente se ouve “ já nem me recordava!”. ..
Vem o alívio (quando a conversa é boa), percebemos o porquê de nos chamarmos amigos. Já não há a angústia inicial, há antes trocas de promessas por encontros ainda mais risonhos, a esperança que passemos a ver-nos com mais frequência… o não querer ir embora …
Apontam-se números de telefone, e-mails para os mais modernaços, jura-se o contacto. ..
Seguem-se dias… conta-se e reconta-se o reencontro, passamos a ser os compinchas como se nenhum dia nos tivesse separado. Felizes seguimos caminho esperando por mais…

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